Sunday, February 28, 2010

Expulso de casa...

... pela EDP. Sábado pelas 15h faltou a electricidade. Ao final do dia, devido à falta de electricidade, avariou o alarme, ou seja, começou a tocar sem motivos para tal. Depois de 20 minutos de alarme, eu e T. saímos de casa.

Foi uma oportunidade para gastar dinheiro e irmos ao cinema.

Hoje por volta das 10h voltou a electricidade. Foram 18h. Apesar de desde 1 de Janeiro esta ser a quadragésima (sim, 40) vez que ficámos sem electricidade, foi um recorde. Em Janeiro houve outro recorde: a electricidade falhou 21 vezes no mesmo dia.

As pessoas que defendem o sistema de "utilizador pagador" (que eu concordo), normalmente só se lembram das auto-estradas e das Scouts (O Miguel Sousa Tavares está farto de escrever crónicas no Expresso e antes no Público sobre isto). Mas nunca vi nada escrito sobre a EDP: é que o país está dividido em 3 zonas, mas todos pagamos o mesmo. Eu vivo em zona C - o que implica, para além das frequentes quebras, receber muito menos potência da que tenho contratada: há dias em que um candeeiro a petróleo ilumina tanto quanto uma lâmpada de 60 watts.

Quem escreve nos jornais vive na cidade e não sabe o que é viver no campo...

Saturday, February 27, 2010

Eventualmente...

... quando a merda da Farmville estiver esgotada, a realidade poderá retomar o seu ritmo.

Saturday, February 20, 2010

CSI

Perdi uma ideia excelente e preciso de a encontrar rapidamente.

Um rasgo de intelectualidade

Chove que se farta! E durante a tarde esteve um Sol tão bom.

P.S. Falo do Sol Astro e não do outro das escutas.

The return of Mr. Happy

Adoro as pessoas que no FaceBook pedem "por favor sejam meus amigos que eu quero chegar aos X amigos e só me faltam Y". E ficam amigos das Empresas de Águas Furtadas SA, Sanitas e Acessórios Ilimitados, Não Sabemos o que Fazemos mas cá Estamos e até de personalidades que podem ter nomes tão curiosos como vou ali e já venho ou o Natal é sempre que o Homem quiser.

Tenho inveja dessas pessoas, pois imagino que devem pôr as amizades a concurso e os amigos à venda. E ficam ainda mais felizes.

Friday, February 19, 2010

Quando estou dentro da impressora...

... sabe-me bem a revisão da matéria estudada: usar outra língua e ir dormir fingindo que foi a minha.

Do nadar à superfície em altitude (2)

"O meu hábito vital de descrença em tudo, especialmente no Instintivo, e a minha atitude natural de insinceridade, são a negação de obstáculos em que eu faço isto constantemente.
No fundo o que acontece é que faço dos outros o meu sonho, dobrando-me às opiniões deles para, expandindo-as pelo meu raciocínio e a minha intuição, as tornar minhas e (eu, não tendo opinião, posso ter as deles como quaisquer outras) para as dobrar a meu gosto e fazer das suas personalidades coisas aparentadas com os meus sonhos.
De tal modo anteponho o sonho à vida que consigo, no trato verbal (outro não tenho), continuar sonhando, e persistir, através das opiniões alheias e dos sentimentos dos outros, na linha fluida da minha individualidade amorfa.
Cada outro é um canal ou uma calha por onde a água do mar só corre a gosto deles, marcando, com as cintilações da água ao sol, o curso curvo da sua orientação mais realmente do que a secura deles o poderia fazer.
Parecendo às vezes, à minha análise [?] rápida, parasitar os outros, na realidade o que acontece é que os obrigo a ser parasitas da minha posterior emoção. Hábito de viver as cascas das suas individualidades. Decalco as suas passadas em argila do meu espírito e assim mais do que eles, tomando-as para dentro da minha consciência, eu tenho dado os seus passos e andado no(s) seu(s) caminho(s).
Em geral, pelo hábito que tenho de, desdobrando-me, seguir ao mesmo tempo duas, diversas operações mentais, eu, ao passo que me vou adaptando em excesso e lucidez ao sentir deles, vou analisando em mim o desconhecido estado da alma deles, fazendo a análise puramente objectiva do que eles são e pensam. Assim, entre sonhos, e sem largar o meu devaneio ininterrupto, vou, não só vivendo-lhes a essência requintada das suas emoções às vezes mortas [?], mas compreendendo e classificando as lógicas interconexas das várias forças do seu espírito que jaziam às vezes num estado simples da sua alma.
E no meio disto tudo a sua fisionomia, o seu traje, os seus gestos, não me escapam. Vivo ao mesmo tempo os seus sonhos, a alma do instinto e o corpo e atitudes deles. Numa grande dispersão unificada, ubiquito-me neles e eu crio e sou, a cada momento da conversa, uma multidão de seres, conscientes e inconscientes, analisados e analíticos, que se reúnem em leque aberto."


[Bernardo Soares (Fernando Pessoa) - Livro do Desassossego I]

Thursday, February 18, 2010

Poderia correr para lá ou acolá...

... mas a verdade é que me apetece estar sentado e sossegado no meu canto.

Tuesday, February 16, 2010

Do nadar à superfície em altitude (1)

"E assim sou, fútil e sensível, capaz de impulsos violentos e absorventes, maus e bons, nobres e vis, mas nunca de um sentimento que subsista, nunca de uma emoção que continue, e entre para a substância da alma. Tudo em mim é a tendência para ser a seguir outra coisa: uma impaciência da alma consigo mesma, como com uma criança inoportuna; um desassossego sempre crescente e sempre igual. Tudo me interessa e nada me prende. Atendo a tudo sonhando sempre; fixo os mínimos gestos faciais de com quem falo, recolho as entoações milimétricas dos seus dizeres expressos; mas ao ouvi-lo, não o escuto, estou pensando noutra coisa, e o que menos colhi da conversa foi a noção do que nela se disse, da minha parte ou da parte de com quem falei. Assim, muitas vezes, repito a alguém o que já lhe repeti, pergunto-lhe de novo aquilo a que ele já me respondeu; mas posso descrever, em quatro palavras fotográficas, o semblante muscular com que ele disse o que me não lembra, ou a inclinação de ouvir com os olhos com que recebeu a narrativa que me não recordava ter-lhe feito. Sou dois, e ambos têm a distância — irmãos siameses que não estão pegados."


[Bernardo Soares (Fernando Pessoa) - Livro do Desassossego II]

Azar!, o Sporting perdeu e a Madeira é independente!

A propósito de um pensamento (os postais no FaceBook são pensamentos não são?) de uma amiga no FB, sobre a derrota do Sporting perante o Everton, quis saber de quê o tio Alberto se mascarou este ano. Após uma breve consulta, fiquei a saber que foi de Vasco da Gama.

E segundo o próprio (o tio Alberto e não Vasco da Gama) para procurar Portugal. Tudo leva a crer portanto que a Madeira já não pertence a Portugal. Finalmente, os continentais (também conhecidos por cubanos - perdoem o tio Alberto que nunca foi bom a Geografia  e sempre fez confusão entre Portugal Continental e Cuba), parece que vão deixar de pagar as dividas da Madeira. Viva a Madeira independente!

Agora já posso acabar o Carnaval descansado

Alberto João Jardim disse que não responde a garotices de Passos Coelhos. É uma atitude séria e responsável.  A mesma dos dirigentes do PSD que não têm respondido às jardinices de Alberto João, como o país em geral que se ri e deixa as jardinices correrem. E nós cá estamos para pagar.
(foto retirada daqui).

Democracia quase plena

No processo "Face Oculta" só andavam a aparecer na comunicação social nomes ligados ao PS, o que era indiciador de falta de democracia. Nos últimos dias, finalmente, ficámos a saber que foram descobertos cheques passados em nome de Pedro Santana Lopes, do seu irmão, e também cheques para o CDS. Estes últimos, precisamente quando Paulo Portas se candidatava à Câmara Municipal de Lisboa.

Estou quase feliz. Só falta descobrirem uns cheques para o BE e para o PCP e então a nossa democracia será de facto plena.

Isto está cada vez melhor

A minha candidatura a accionista único da PT apresenta-se cada vez mais como vencedora. Em boa hora a anunciei há uns dias atrás.

O Sr. Joe Berardo, o grande benemérito de Portugal, está disposto a comprar a participação do Estado, à conta do aumento da sua enorme divída à CGD e ao BCP certamente. Como o comendador não paga, e eu tenho as minhas contas todas certinhas, estou convencido que esses dois bancos me vão emprestar os muitos milhões de euros que necessito para comprar as acções do Estado. E como garantia, desde já me comprometo a reduzir a tarifa telefónica aos dois bancos.

Sunday, February 14, 2010

Norte (2)

Via-se uma parte do teu rosto
ao canto da janela. Uma mancha
de cor, linhas
que se distinguiam
da penumbra do quarto.
Não reconheci os teus olhos
nem a tua boca.
Cheio de remorsos,
afastei-me de casa e procurei
a solidão dos campos.

(João Camilo - nunca mais se apagam as imagens)

Algumas coisas que surgem projectadas na parede e que pensamos ser do vizinho e afinal estão no nosso quarto

é bom, não foi?

apesar de tudo...

... hoje já é amanhã.

Livros da década 00

Há minutos atrás, estive a rever a lista de filmes, discos e livros que diferentes críticos consideraram os melhores da década que passou. Algumas das suas escolhas coincidem com as minhas. Em termos de livros, não tenho qualquer dúvida em seleccionar um dos vários comuns: As Benevolentes.

A minha escolha não é inocente pois no blogue que "partilhei" com o M2life, dediquei a este livro 9 postais.

Recordo aqui o último desses postais (uma montagem de fotos feita por moi). As Benevolentes. E não tenho qualquer dúvida que é um dos livros da década que passou (e talvez o mais duro, polémico e difícil de ler).

Saturday, February 13, 2010

Norte (1)


"Eu teria amado esse destino imóvel, esse frio
poço de canções. Ela não dormia, estava partida
a meu lado, era uma gruta onde a música
um instante se torna imensa.
Durante um mês viveu em mim, e não dormia. Foi o mês
das musas, a penumbra da sua vida
estava coberta de ervas puras.
Não dormia. Como dizer? Durante
o espantoso mês das musas, eu despertava como um espelho
onde as brasas da cabeça principiam a girar.

..."

(Herberto Helder - Poesia Toda)

golfe saudável

Acreditem em mim: o desporto faz bem à saúde.

Processo "Olhos Ocultos" desvendado

O processo "Face Oculta" ainda está para durar uns 10 anos. O processo da Casa Pia uns 20 anos. Todos os outros que têm vindo a ser notícia uns 30 anos. Mas, finalmente, um dos processos que mais tempo ocupou a comunicação social, as reuniões do conselho de ministros, os lanches do presidente da república e a leitura de jornais do procurador-geral da república, tem finalmente um veredicto.

Graças à minha amiga TF, posso agora desvendar que Pedro Abrunhosa nem sempre usou óculos escuros! O processo "Olhos Ocultos" pode ser arquivado.

Friday, February 12, 2010

Sul (4)


"Cobrem plantas sem flor crestados muros;
Range a porta anciã; o chão de pedra
Gemer parece aos pés do inquieto vate.
Ruína é tudo: a casa, a escada, o horto,
Sítios caros da infância.
                              Austera moça
Junto ao velho portão o vate aguarda;
          Pendem-lhe as tranças soltas
          Por sobre as roxas vestes.
Risos não tem, e em seu magoado gesto
Transluz não sei que dor oculta aos olhos;
— Dor que à face não vem, — medrosa e casta,
Íntima e funda; — e dos cerrados cílios
                     Se uma discreta muda
Lágrima cai, não murcha a flor do rosto;
Melancolia tácita e serena,
Que os ecos não acorda em seus queixumes,
Respira aquele rosto. A mão lhe estende
O abatido poeta. Ei-los percorrem
Com tardo passo os relembrados sítios,
Ermos depois que a mão da fria morte
Tantas almas colhera. Desmaiavam,
                     Nos serros do poente,
                     As rosas do crepúsculo.
“Quem és? pergunta o vate; o sol que foge
No teu lânguido olhar um raio deixa;
— Raio quebrado e frio; — o vento agita
Tímido e frouxo as tuas longas tranças.
Conhecem-te estas pedras; das ruínas
Alma errante pareces condenada
A contemplar teus insepultos ossos.
Conhecem-te estas árvores. E eu mesmo
Sinto não sei que vaga e amortecida
                     Lembrança de teu rosto.”

                     Desceu de todo a noite,
Pelo espaço arrastando o manto escuro
Que a loura Vésper nos seus ombros castos,
Como um diamante, prende. Longas horas
Silenciosas correram. No outro dia,
Quando as vermelhas rosas do oriente
Ao já próximo sol a estrada ornavam
Das ruínas saíam lentamente
                     Duas pálidas sombras:
                     O poeta e a saudade."



(Machado de Assis - in Falenas) [O poema foi retirado de aqui]

Eu também sou candidato!

Perante: 1) as candidaturas à presidência do PSD; 2) as candidaturas a futuros deputados e euro-deputados; 3) os que sem se candidatarem estão em altos cargos executivos de empresas públicas sem qualquer qualificação específica para tal; 4) os jornalistas que fazem de si e da sua profissão "A" notícia; 5) o primeiro-ministro; 6) os boys deste e de governos anteriores; 7) os portugueses em geral,

Declaro solenemente, agora e daqui para o futuro, que:
- Sou candidato a único escrevinhador neste blogue.
- Sou candidato à presidência do grupo de amigos de candidatos a qualquer coisa.
- Sou candidato a CEO da Microsoft.
- Sou candidato ao céu.
- Sou candidato a accionista único da PT.
- Sou candidato a dono do semanário "Sol" que à escuta está a vender jornais e a ganhar dinheiro.
- Sou candidato a candidato de tudo porque sim e porque mereço e mesmo não merecendo acho que sim.

(e agora tenho de interromper este anúncio tão sério para continuar a corrigir exames).

Thursday, February 11, 2010

Agora já posso ir dormir descansado

Berlusconi fez uma reunião com os seus filhos e tranquilizou-os quanto à herança: "meus filhos, podem ficar tranquilos porque apesar dos milhões que dou às vossas mães, às gajas com que durmo - por recomendação do médico, e a todo o outro pessoal que não sei bem porquê (quer dizer, sei, mas não posso dizer), vocês ainda vão ficar com muitos milhões. Aliás, para vossa segurança, até fiz aprovar no parlamento e no senado algumas leis que me garantem total impunidade" (non sic).


Pela minha parte, apesar de infelizmente não ser filho do 1º ministro de Itália, fico muito contente. Não suporto pais que nem uma pastilha elástica usada deixam aos filhos.

PSD em ruptura (revisão da matéria dada)

Depois dos vários postais que escrevi sobre o assunto, não posso deixar de assinalar o melhor de todos aqui. E só podia ser no anarca felizmente constipado forever.

Sul (3)


Desde uno de tus patios haber mirado
las antiguas estrellas,
desde el banco dela sombra haber mirado
esas luces dispersas
que mi ignorancia no ha aprendido a nombrar
ni a ordenar en constelaciones,
haber sentido el círculo del agua
en el secreto aljibe,
el olor del jazmín y la madreselva,
el silencio del pájaro dormido,
el arco del zaguán, la humedad
– esas cosas, acaso, son el poema.


(Jorge Luis Borges - El Sur)

Wednesday, February 10, 2010

Viva a Venezuela!

José Sócrates e Mário Soares devem estar muito satisfeitos com as palavras proferidas por Paulo Rangel no anúncio da sua candidatura à liderança do PSD. Ele disse: "o primeiro objectivo de um governo de ruptura só pode ser um: criar condições para libertar o futuro dos encargos até aqui contraídos". Não há muitos meses atrás julgo ter lido palavras semelhantes ditas por Hugo Chavez, o grande libertador da Venezuela, cujos principais defensores em Portugal têm sido, pois... José Sócrates e Mário Soares.

Afinal, parece que a ruptura vai ser a reconstituição do famigerado Bloco Central. E Passos Coelhos, o outro candidato à liderança do PSD disse que Paulo Rangel significa a continuidade. Exactamente o que este tinha dito sobre o anterior.

Rapaziada do PSD: se faz favor entendam-se e façam uma ruptura como deve ser ok? Obrigado! O povo agradece.

Mais fantasias

Não há dúvida que os nossos políticos/deputados já entraram na época carnavalesca que se aproxima (e podem perguntar: mas alguma vez de lá saíram?). Hoje foi aprovada na especialidade a lei sobre o casamento entre homossexuais. PCP e o PSD abstiveram-se usando o mesmo argumento (segundo o que li na página online da SIC): temerem dificuldades na aplicação prática da lei.


Mas - e estou outra vez baralhado, todas as leis aprovadas pela Assembleia da República não se caracterizam exactamente por isso mesmo?, ou seja, serem confusas e dúbias? Se fossem claras, haveria necessidade de dar tanto dinheiro a tantos escritórios de advogacia com o pedido de pareceres? Todas as leis em Portugal não têm, pelo menos, 4 interpretações diferentes?


Porque haveria de a lei sobre o casamento entre homossexuais ser diferente? A não ser que... pois... está visto: já estão a discriminar.

Eu sou o dono da Verdade!

Quer dizer... não sou bem eu.... é mais a deputada Manuela Ferreira Leite (MFL). Hoje voltou a afirmar que "só" ela fala verdade e José Sócrates não. Não sei se o 1º Ministro fala verdade, mas a insistência da senhora, dizendo que ela é dona da verdade, é bastante irritante.

Eu sei que os portugueses têm memória curta, mas eu não esqueço o mês de Setembro em que MFL diariamente massacrou os portugueses com a asfixia democrática no Continente e, em campanha eleitoral na Madeira, afirmou que ali é que havia liberdade total. Pois... está certo.

Entretanto o PSD, sob a direcção de MFL aprova um orçamento mais despesista para a Madeira enquanto diz que Sócrates só fala em fantasias e nada faz para controlar as despesas públicas. Em outro entretanto de hoje, Paulo Rangel candidata-se à presidência do PSD e fala em ruptura. Ora, se eu ainda sei algo de português, ruptura parece-me indicar corte com a situação vigente. E como, a nível do PSD, o vigente é a presidência de MFL, então Paulo Rangel parece querer novas verdades. O que implica que afinal MFL pode não ser a dona da dita.

Hmmmmmm... acho que estou baralhado...

UPDATE [19h10m] - Acabei de ler no Público que Aguiar-Branco vai anunciar a sua candidatura à presidência do PSD mas só na próxima sexta-feira. Quer dizer, hoje já disse que se vai candidatar mas só na próxima sexta-feira é que anuncia. A língua portuguesa é tramada! Também diz que ficou surpreendido com o anúncio da candidatura de Paulo Rangel mas este afirma que tinha avisado Aguiar-Branco do seu anúncio.

Bolas que a verdade é mesmo mesmo tramada, ainda mais que a língua portuguesa.

Tuesday, February 9, 2010

Sul (2)

“Os mortos estorvam, as vítimas estorvam, são incomodativas, e os que clamam por justiça são mais incómodos ainda.”

Luis Sepúlveda

Monday, February 8, 2010

Sul (1)

No tempo da Primavera,
há lindas flores no prado.
Canta, ó lindo passarinho,
ao nascer do sol doirado.

Ao nascer do sol doirado,
ó meu amor, quem me dera
pisando os mimosos prados
no tempo da Primavera.

(Canção popular alentejana)

Sou PEP!

Todos os cursos do ensino superior (licenciatura, mestrado, doutoramento) estão a ser avaliados e acreditados. Isto seria óptimo para novos cursos. Mas para os cursos (de todos os graus) pós-Bolonha já avaliados, acreditados e aprovados há 2/3 anos atrás, voltar a repetir o procedimento?

E tudo isto porque o governo criou o ano passado uma nova agência para se responsabilizar por todo o processo. E daí a repetição. Eu fui apanhado pelo sistema e sou PEP (Pessoa Encarregue do Pedido). Isto porque sou coordenador de um curso (3 na verdade, tendo em conta os ramos).

Mas como alguém disse hoje numa reunião de orientação sobre este procedimento, e tendo em conta as características altamente burocráticas e complexas do sistema, PEP, na realidade, significa Pessoa Esmagada pelo Processo.

Triplicação do Retrato de Dorian Gray [O Conhecimento Indecente - a assumpção da ciência anglo-saxónica e o radicalismo académico numa perspectiva histórico-científica, considerando a lógica das determinações inclusivas, entre o sujeito e o seu espaço de incorporação.] (0)

Enquanto académico, com formação na área das ciências ditas naturais, aprendi a expressar os meus pensamentos e os resultados das minhas investigações de forma sintética e clara. O título deste postal - o primeiro desta série,  bem o demonstra. A bem da sanidade mental de todos*.

* O que significa todos? Por todos entenderei a totalidade do Homem? A percepção do todo levar-nos-á a Deus? Mas será Deus uma construcção meramente quântica da relatividade adjacente à permanência do Ser ou uma sublimação da alma enquanto redundância da biologia?

Sunday, February 7, 2010

Pachorrices de domingo à tarde (4)

Numa das ilhas onde tudo é possível. Um dia de Verão nos Açores, Faial, Angústias.

Pachorrices de domingo à tarde (3)

Final de dia de Verão em pateira com luz a cegar-me.

Pachorrices de domingo à tarde (2)

Noites de Verão com diabo de areia à solta.

Pachorrices de domingo à tarde (1)

Um dia de Verão na montanha.

Antropologismos

Cada vez mais a Antropologia é uma ciência global. Global no sentido em que tende a abarcar tudo ao que à nossa espécie respeita. É uma chatice porque obriga à criação de mais e mais sub-especializações. É fantástica porque obriga os antropólogos a estarem atentos a outras áreas de investigação que não exclusivamente a sua. É também antropofágica. Por isso tenham cuidado... mas não deixem de ler a excelente entrevista do Luís Quintais aqui.

E a (des)propósito deste postal e da entrevista do Luís, lembrei-me de um dos seus poemas:

"A necessária ironia
de caminhar
pela mais que urbana cidade
na distraída errância
dos dias,


pensando
em como somos inautênticos
e em como,
por uma espécie de fé,


procuramos
«a verdade numa alma
e num corpo»"

Preguiça

Envolto na preguiça do dia confundo-me com o próprio dia. O sol que não tem forças para furar as nuvens. A chuva suspensa sem cair. Eu rodeado de coisas para fazer e sem vontade de fazer coisa alguma. Como um cavalo pastando pachorrento à beira da estrada.

Saturday, February 6, 2010

Something that you don't know (3)

um lábio aberto. uma vontade escalada. um nevoeiro de ir e vir. cinco estradas.

Friday, February 5, 2010

Something that you don't know (2)



um espaço preenchido. uma voz em silêncio. um cigarro dependurado. uma música mil vezes escutada. cinco estradas.

Something that you don't know (1)

uma caneta suspensa no ar. um gesto fotografado. uma música por ouvir. cinco estradas por onde ir.

E do fogo e livros

Os "Livros Ardem Mal" é um nome fantástico para um grupo de gente que organiza (ou organizou? - às tantas já queimaram todos os livros) discussões em torno da literatura. Mensalmente em Coimbra. Entre os membros da equipa, o Luís Quintais, meu colega de departamento e, como já várias vezes disse (noutro blogue) um dos meus poetas preferidos.

Suspensa uma folha a meio da tarde

Pausa. Entre exames e trabalhos, avaliações e artigos científicos, uma pausa. Palavras de Herberto Helder:

"Amo devagar os amigos que são tristes com cinco dedos de cada lado.
Os amigos que enlouquecem e estão sentados, fechando os olhos,
com os livros atrás a arder para toda a eternidade.
Não os chamo, e eles voltam-se profundamente
dentro do fogo.
- Temos um talento doloroso e obscuro.
Construímos um lugar de silêncio.
De paixão."

Thursday, February 4, 2010

pulpa ficçion

o seu olhar era desesperado. não sabia exactamente porque o era mas sentia que sim. talvez uma ficçion. talvez uma pulpa. mas sabia que sim. tinha de ser. sabia que tinha de acabar a madrugada com a reinação do inferno.

Paiol

Olhou para o lado esquerdo. Viu uma caneta pendurada. Olhou para o lado direito. Viu uma fotografia perdida. Olhou para cima. Viu uma teia de aranha. Olhou para trás. Viu sete folhas a boiar. Olhou em redor. Pegou no aspirador.

Vinicius

Não é a melhor música do Jorge Palma. A bebida que tem na mesa não me parece a melhor. Mas o vídeo é muito bom. Vinicius de Morais haveria de gostar. Eu estou de amarelo.

5 minutos depois

Ela estava lá.
Eu sei que estava porque ouvi a sua sombra a pintar o quarto de amarelo.
Ela esteve lá.

Wednesday, February 3, 2010

Amor é ... (parte 1)

A insistência do casal de piscos-de-peito-ruivo de reconstruir o seu ninho feito o ano passado, que foi inadvertidamente destruído, no jasmim mesmo ao lado da porta da cozinha.

Esquecimento

Ele disse que sim e ela disse que não. Ela disse que sim e ele disse que não. Os dois disseram sim e ambos disseram não. Ele disse que talvez e ela disse pois que talvez. Ela disse sim senhor e ele exclamou «Ora essa». Ele queria dizer não e ela queria dizer sim. Ela gritou «pois que sim então» e ele disse que não percebeu. Ele perguntou «É agora» e ela disse talvez.

E foram os dois para a cama sem saberem do que falavam.

Tuesday, February 2, 2010

A morcela de Cantanhede

Extracto de um diálogo com a T. ao cortar uma morcela (dita de Cantanhede) ao jantar:
"Ela: ... e eu disse ao homem do talho que não conhecia esta morcela.
Eu: para morcela é muito fininha.
Ela: pois, nem parece morcela, foi o que disse ao homem do talho.
Eu: Deverias ter dito ao homem «isto não parece uma morcela mas o pénis do meu marido».
Ela: Pois é! Deveria ter dito isso!"
E ao jantar se fica a saber que temos um pénis fininho tal como a morcela (dita de Cantanhede).

Namoro

Para falar verdade, eu só estou com ela pelo sexo. Mas ela está apaixonada por mim de certeza. Desde sábado que andamos enrolados, rebolados, passeados, percorrendo todas as divisões da casa, os cantos do jardim, os recantos da mata, o carro, o supermercado. Sempre agarrados na maior das fornicações.
Para falar verdade, só quero que ela me largue, o raio da constipação.

Energia Positiva

Acho que faz parte de uma campanha publicitária da Galp, mas por acaso a minha energia positiva está relacionada com o sol. Finalmente começaram as obras para a instalação dos painéis solares para produção de energia na minha casa.
Para já é um caos e 50% do relvado ficou com energia negativa. Mas espero pacientemente a vingança e começar a vender electricidade à EDP :-)

Hábitos

Habituado ao Wordpress, não me é fácil fazer o que quer que seja por aqui no Blogger, para além de escrever.
Mas por outro lado, gosto do aspecto despojado destas páginas sem mais artfícios, sem leitores, sem comentários, sem links. Um blogue só para mim.

Sou fan!

Após tantos anos de vida, sou finalmente fan de algo. No FB tornei-me fan do Parque Natural de Noudar. Para comemorar, uma foto enformada em desenho tirada em Agosto de 2009. E podem perguntar: redes num parque natural? É que as redes que se podem ver em primeiro plano, demarcam a fronteira com Espanha (o rio faz a fronteira). Mas o castelo é o de Noudar e está em Portugal.

Poderia ser

Talvez se talvez. Mas tenho a certeza que sim, poderia ser. Mas fosse o que fosse que poderia ser, já me esqueci do que era.